Mais de 60% dos blocos escaparam do abate
ANP canta vitória para reduzir fiasco da gigaentrega de petróleo às
múltis
Leilão de dois dias nem foi até o 2º. Alegria dos vende-pátria.
Leilão ficou bem abaixo do que pretendia o
entreguismo da ANP
Dos 289 blocos só 142 foram arrematados.
Entidades fizeram manifestação na porta do hotel contra a entrega
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) bem
que tentou, mas não conseguiu se entusiasmar com o resultado da 11ª rodada de
licitações de petróleo, ocorrida na terça-feira (14). Dos 289 blocos colocados
em leilão, apenas 142 foram arrematados. Foi um fiasco. A programação eram dois
dias de leilão, mas tiveram que encerrar o processo no primeiro dia por falta
de quorum. Mais da metade dos blocos nem foi a leilão.
Este resultado só
confirma aquilo que todos já sabem. Quem faz pesquisa séria, quem possui
capacidade técnica e investe de verdade no país é a Petrobrás. Já as empresas
do cartel estrangeiro, principalmente as múltis, são mestres mesmo é em
provocar megavazamentos, desastres e poluição ambiental. Elas não fazem
investimentos, só sabem parasitar o trabalho já feito pela Petrobrás. As outras
várias empresinhas - que não passam de testas-de-ferro - entram no processo, ou
para especular ou só para esquentar lugar e depois passar o bloco para o
cartel. Achar, como alguns incautos, que há concorrência na área do petróleo é
ingenuidade ou má-fé.
A diretora do ANP,
Magda Chambriard, entusiasta do entreguismo desvairado, havia dito numa reunião
recente com grupos estrangeiros que o leilão seria uma grande oportunidade de
"bons negócios". Chegou a apregoar que as áreas que seriam leiloadas
continham 30 bilhões de barris. Tirando os blocos onde a Petrobrás participou
com mais de 50% no consórcio, somente cerca de 40% dos blocos foram arrematados
pelos tais "investidores" privados. Ou seja, 60% dos blocos escaparam
de cair nas mãos das múlits.
Com esse resultado
pífio da "megaentrega" anunciada pela ANP, Magda Chambriard tentou
melhorar a situação dizendo que 2/3 da área leiloada tinha sido adquirida no
leilão. Uma comemoração ridícula para esconder o desânimo, pois o que interessa
é o número de blocos e não a "área leiloada". Aí disseram que o bônus
de R$ 2,8 bi arrecadado foi uma maravilha. Só que esse valor está muito
distante dos montantes que estão previstos nos investimentos da Petrobrás que
passam de 200 bilhões. Por último, a ANP acabou tendo que anunciar que "os
blocos que não foram arrematados na 11ª rodada de áreas de exploração de
petróleo e gás no Brasil poderão ser relicitados no futuro".
Durante o leilão, que
ocorreu no Hotel Royal, em São Conrado, no Rio de janeiro, a CGTB, CUT, CTB,
FUP, Aepet, MST, CMB, UBES, sindicatos de petroleiros de vários estados e
partidos políticos realizavam um protesto na porta do hotel contra o crime
perpetrado pela ANP. O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), disse
que "entregar nossas reservas de petróleo para os monopólios
transnacionais é entregar a vida de uma Nação". O coordenador da FUP (
Federação Única dos Petroleiros), João Antonio de Moraes, citou as
manifestações contra a 11ª Rodada, realizadas desde a última semana, em
diversos estados do Brasil. "Ontem (13) no Ministério de Minas e Energia,
em Brasília, ocupamos o lugar onde fica a gestão dessa política de exportação
do nosso petróleo, para que eles fiquem cientes de que se o Brasil colocar este
recurso à disposição do império norte-americano ou de qualquer outro continente
não haverá petróleo para as nossas gerações futuras". "Não temos
dúvidas que, para reverter esta situação, é preciso força e mobilização, vide a
campanha "O Petróleo é Nosso", na época da criação da
Petrobrás", enfatizou.
Várias personalidades e
entidades como a FUP e Sindipetros etaduais entraram com ações na Justiça
denunciando o crime da entrega do petróleo cometido pela ANP. A ação judicial
assinada pelo presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET),
Silvio Sinedino Pinheiro, pelo vice da entidade, Fernando Siqueira, e pelo
deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) alerta que algumas áreas leiloadas pela
ANP podem pertencer ao pré-sal e, portanto, não podem ser exploradas pelo
regime de concessão.
Há alguns dias, dezenas
de entidades sindicais e populares também enviaram carta à presidenta Dilma
Roussef pedindo que ela suspendesse os leilões. "O povo brasileiro votou
em Lula duas vezes e em Dilma no ano de 2010, ciente de que aquilo que foi
feito nos governos anteriores não era bom para o Brasil. A esperança vencia o
medo e exigia que as privatizações tivessem um basta", diz um trecho da
carta. "A extraordinária descoberta de petróleo na área chamada pré-sal,
as enormes reservas de água, nosso território e nossas riquezas naturais
exuberantes e, fundamentalmente, a capacidade de trabalho dos trabalhadores
brasileiros acenam para a construção de um país com enormes potencialidades,
com possibilidades de usar e bem distribuir estas riquezas. E é isto que vemos
ameaçado nesse momento. Se as riquezas são tantas e boas para o país, por que
entregar para as grandes empresas transnacionais as riquezas do povo
brasileiro?", indaga o documento.
O presidente da CUT-RJ,
Darby Igayara, reafirmou que a central apoia e sempre apoiará a luta dos
petroleiros e da sociedade brasileira em defesa do petróleo brasileiro.
"Nós da CUT, junto às entidades de classe, mandamos um recado para o
governo: chega de leilão, nós exigimos a soberania do petróleo. Não
permitiremos que a nossa riqueza seja entregue às multinacionais e ao Eike
Batista". "A posição da nossa central é contra os leilões do petróleo
e contra a desnacionalização do patrimônio do povo brasileiro. Nossa luta
sempre foi contra a privatização do patrimônio público. Essa é uma luta de toda
a classe trabalhadora, que precisa estar mobilizada contra a desnacionalização
e privatização", frisou o secretário geral da CTB-RJ, Ronaldo Leite.
"Esse ano completa
60 anos da conquista do monopólio estatal do petróleo e da criação da
Petrobrás. Eu quero lembrar aqui uma grande companheira, líder das mulheres,
que muito contribuiu na luta em defesa do nosso petróleo. A companheira Alice
Tibiriçá, que foi presidente da Federação das Mulheres do Brasil", disse a
presidente da Federação das Mulheres Fluminenses e diretora da Confederação das
Mulheres do Brasil (CMB), Conceição Cassano.
O presidente estadual
do Partido Pátria Livre (PPL), Irapuan Ramos, saudou "essa unidade
conseguida nesse ato para mostrar nossa indignação diante do que está
acontecendo aqui em São Conrado. Não foi à toa que eles escolheram esse lugar
bem escondidinho, de difícil acesso, porque se fosse no centro do Rio nós
teríamos fechado a Avenida Rio Branco. E por que eles precisam se esconder?
Porque o que se comete dentro desse hotel é um crime contra o nosso país e
contra o nosso povo", denunciou.
Em Sergipe, terceiro
maior produtor de petróleo do Nordeste, os trabalhadores também protestaram
contra o leilão da ANP. A CGTB-SE convocou o ato de repúdio à entrega do
petróleo. José Arnaldo, coordenador da CGTB declarou que "os trabalhadores
de Sergipe estão firmes na defesa da soberania nacional, pois o petróleo
brasileiro pertence ao povo e não há nenhuma necessidade de entregá-lo às
multinacionais". O presidente estadual do Partido Pátria Livre, Manoel
Messias, falou da necessidade de fortalecer a Petrobrás "pois esse leilão
pode colocar em risco 30 bilhões de barris de petróleo que seriam entregues às
multinacionais". Participaram ainda do ato, Airton Costa, do PPL, Giovana
Rocha, representando a Associação dos Moradores do Rosa do Sol e demais
lideranças populares.
SÉRGIO CRUZ
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Governo oferece 1 bi em emendas pela aprovação da MP dos Portos
Requião: “porto privado
é exceção em qualquer país”
Nesta terça-feira, o
senador Roberto Requião (PMDB-PR) se manifestou contra a MP dos Portos e
demonstrou indignação com as pressões do governo para que seja aprovada sem que
haja consenso. “Fiquei muito assustado hoje quando vi nas notícias que o
governo vai liberar R$ 1 bilhão em emendas”, afirmou, referindo-se às
informações de que o governo “prometeu” R$ 1 bilhão em emendas para deputados e
senadores em troca da aprovação da Medida Provisória. Questionando os elogios
ao projeto, indagou: “É verdade isso tudo? É tão boa essa Medida Provisória que
privatiza portos no Brasil? Se ela é tão boa assim, por que não existe no mundo
inteiro?”, questionou, apontando que “o país do capitalismo e da concorrência,
os EUA, trabalha exclusivamente com portos públicos, com autoridades municipais,
estaduais e federais”.
Apontando os prejuízos
que a MP causaria ao sistema portuário brasileiro, Requião prosseguiu: “Imagina
que Vossa Excelência fosse prefeito de uma cidade, de Curitiba, capital do meu
estado, do Paraná, que funciona com cinco empresas de transporte coletivo, com
concessão de operação. Mas de repente surge a brilhante ideia: vamos provocar a
concorrência. Vamos democratizar o transporte coletivo. E, ao invés de cinco
empresas, Vossa Excelência abre uma licitação para 10 ou 20 empresa. Pois bem.
Baixa o preço? Seguramente não. Porque o preço do transporte coletivo depende
da escala do serviço. Mais empresas, mais oficinas, mais estruturas
administrativas e um custo evidentemente mais alto”.
“Com os portos vai ser
a mesma coisa. É uma ilusão pensar que uma multiplicação de portos vai baratear
o custo. Vai simplesmente diminuir a escala e encarecer o processo”.
“Por outro lado, quem
estabelece preço de porto não é o operador portuário. É o armador, que escolhe
o porto onde vai descarregar as suas cargas, conforme as suas conveniências”,
afirma.
Para Requião, “essa
medida é extraordinariamente prejudicial à organização portuário do Brasil. Os
portos públicos com operação privada são excepcionais. É como o mundo funciona.
A iniciativa privada organiza o porto, mas não é dona dele. Se o operador não
funciona troca-se o operador. Agora, um porto privatizado, ainda com dinheiro
do BNDES, jamais terá reversão no seu mau funcionamento”.
“O caminho está
errado. A estrutura legal do Brasil é perfeita. O resto é briga de interesses
dos que querem privatizar os portos e dos que querem mantê-los. E quem perde
com isso tudo é o país. E, com as liberalizações que se pretendem, quebrarão
todos os portos públicos e o país ficará sem acesso comandado pela União da
porta de entrada e de saída”, concluiu o Senador.
A quem serve a MP dos Portos?
JOSÉ AUGUSTO VALENTE E
SAMUEL GOMES*
Na primeira metade
deste século, o PIB brasileiro cresceu em níveis próximos aos níveis mundiais.
A corrente de comércio exterior brasileiro passou de US$ 100 bilhões para US$
480 bilhões, a movimentação de contêineres elevou-se de 2 milhões para 5,3 milhões
e o Brasil teve crescimento no comércio exterior maior que a China e muito
maior que os Estados Unidos e Alemanha, no período 2009-2011. Como 95% do
comércio exterior brasileiro se dá através dos portos, é razoável imaginar que
o marco regulatório do setor tenha contribuído para esta performance. Apesar
disso, surpreendentemente o país é sacudido por uma “urgência”: a imediata e
radical substituição do “caótico” modelo portuário brasileiro, acusado de ser a
causa de “gargalos” e responsável pelo “custo Brasil”. Esta “evidência” ocupa
as manchetes dos principais jornais, as capas das grandes revistas e ganha
espaços crescentes nos telejornais e rádio-jornais.
Coincidindo com o
repentino alarido da mídia, o governo atua junto ao Tribunal de Contas da União
para impedir o julgamento de processo TC-015.916/2009-0. A base do julgamento
seria o robusto relatório da SEFID – Secretaria de Fiscalização de
Desestatização e de Regulação que, consolidando anos de extensa e profunda
investigação, relatório concluía pela inconstitucionalidade e ilegalidade da
prestação de serviço público sem licitação pelos terminais de Cotegipe (BA),
Portonave (Navegantes/SC, processo administrativo iniciado em 1999), Itapoá/SC
(processo iniciado em 2004) e Embraport (Santos/SP, processo iniciado em 2000)
e declarava a leniência fiscalizatória e regulatória da ANTAQ – Agência
Nacional de Transportes Aquaviários e da SEP - Secretaria de Portos da
Presidência da República. As informações da imprensa são de que o governo teria
comunicado ao TCU que estaria resolvendo o problema com a edição de uma medida
provisória. O TCU suspende o julgamento e o governo edita a Medida Provisória
595/2012, revogando a Lei dos Portos e legalizando atividades ilegais dos
referidos terminais privados de uso misto que prestavam irregularmente serviço
público sem licitação.
Editada a medida
provisória, a pressão dirige-se ao Congresso Nacional. A grande mídia passa a
divulgar “informações de fontes do Planalto” de que a Presidente não admitiria
qualquer alteração na MP. A ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman vai à
Comissão Mista da MP e repete a cantilena apocalíptica de que o sistema
portuário é caótico, está ultrapassado e precisa ser substituído por um outro,
mais “moderno” e que estimule os “investimentos privados”.
O modelo vigente até a
edição da MP contava com apenas 20 anos de implantação (Lei 8.630/93). É o
modelo Land Lord Port, praticado em todas as economias organizadas em todos os
continentes, culturas, países novos e antigos e com diferentes regimes políticos.
É um modelo universal que resulta da experiência de cinco mil anos de comércio
marítimo, do qual o portuário é parte. É como funcionam os principais portos do
mundo, como o Porto de Rotterdam, anterior à criação da Holanda, o de Gênova,
anterior à Itália, o de Hamburgo, anterior à Alemanha.
No modelo Land Lord, ao
Estado cabe o planejamento estratégico, zoneamento, localização e finalidade,
metas, segurança, regulação. À iniciativa privada a operação dos terminais. O
seu adequado funcionamento pressupõe que o Estado cumpra sua parte. Mas,
segundo o TCU, a SEP e ANTAQ atuaram no sentido de sabotar o funcionamento do
modelo, ao tempo em que se mostravam candidamente complacentes com a prestação
ilegal de serviço público pelos terminais privados de uso misto.
A MP elimina a
distinção entre terminais privados de uso público nos portos organizados
(arrendatários públicos ou privados selecionados mediante licitação) e
terminais de uso privativo misto construídos por empresas públicas ou privadas
dentro ou fora do porto organizado, simples autorizatários da ANTAQ. No marco
regulatório revogado, os terminais portuários de uso privativo deviam ter por
justificativa de implantação e operação o transporte da carga própria da
empresa autorizatária, admitindo-se, no caso das áreas de uso misto, a
movimentação de cargas de terceiros, em caráter eventual e subsidiário, tão
somente para evitar a ociosidade na operação do terminal. Tais terminais
exerciam atividade econômica: instalações de auto-serviço que serviam ao seu
titular em processos de verticalização logística integrante de processos de
integração produtiva. Por isso, poderiam funcionar mediante simples autorização
do poder da ANTAQ.
Assim, a principal
consequência da MP 595 – e a mais nociva – é a possibilidade de prestação de
serviço público de exploração de portos por empresas privadas sem licitação,
com contratos eternos. Logo, sem a obrigação de ofertarem serviço adequado,
universal, contínuo e com modicidade tarifária, por prazo determinado e com
previsão de reversão dos bens afetados em favor do porto organizado, em
evidente assimetria concorrencial em relação aos terminais privados e públicos
nos portos organizados, submetidos a todos estes condicionantes. É o que vinham
ilegalmente fazendo os terminais privados beneficiados pela suspensão do
julgamento do TCU e pela edição da MP. O terminal da Portonave, por exemplo,
movimentava apenas 3% de carga própria e 97% de cargas de terceiros (serviço
público) em frente ao Porto de Itajaí/SC e sob as barbas lenientes da ANTAQ e
da SEP.
Ocorre que a
Constituição veda a hipótese de prestação de serviço público de titularidade de
União por particular sem a realização de licitação e submissão ao regime
público. O artigo 21, XII, da Constituição estabelece que compete à União
explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os portos
marítimos, fluviais e lacustres. E o art. 175 prevê que incumbe ao poder
público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Neste sentido, a
MP é inconstitucional.
Do ponto de vista da
eficiência do sistema portuário e da redução dos custos da movimentação
portuária, a MP produzirá efeitos contrários aos preconizados pelos seus defensores.
Não existirá a decantada redução de custos pela “competitividade”, em razão de
uma imaginária competição entre terminais. A experiência internacional mostra
que o que assegura redução de custos portuários é a escala. Por isso, os
principais portos do mundo possuem não mais que três terminais. O verdadeiro
escopo da MP é o comércio de contêineres. Quem define o tamanho do navio e o
terminal a ser utilizado na carga e descarga de contêineres são os donos dos
navios, conforme a demanda e o calado dos portos numa rota comercial. A demanda
é resultado do nível da atividade econômica. Calado depende de dragagem. Nada a
ver com uma imaginária competição entre terminais.
Os armadores são os
grandes beneficiários desta MP, já que são eles e não os usuários que escolhem
os terminais onde irão atracar. As dez maiores empresas de navegação do mundo
são responsáveis por 70% do comércio marítimo. Na realidade, são os armadores
que recebem a remuneração dos exportadores e importadores e pagam aos
operadores pela movimentação portuária. Normalmente, repassam 50% a 60% do
valor recebido pela movimentação. O restante incorporam à remuneração global da
operação (frete). Ao vincularem-se a portos privados não submetidos ao regime
de prestação de serviço público e diante do enfraquecimento dos portos
públicos, os armadores poderão camuflar preços das operações portuárias,
simulando reduções de custos e aumentando a gritaria contra o “custo Brasil” e
a “ineficiência dos portos públicos”. Em seguida, destruídos os portos públicos
e dominado o mercado, imporão suas condições para o transporte marítimo,
controlando a logística portuária e reduzindo a competitividade dos produtos
industriais brasileiros no comércio internacional. Simples assim.
Outros aspectos
poderiam ser objeto de análise, como o regime de trabalho dos portuários e a
centralização das decisões de investimentos dos portos organizados no nível
federal, mas a exiguidade do espaço e a gravidade dos efeitos da privatização e
da desnacionalização dos portos para a economia e a soberania nos levam a
privilegiar os aspectos destacados. Este artigo é escrito antes da votação da
MP 595 pela Câmara e pelo Senado. Nossa esperança é a de que, pelo bem do
Brasil, ela seja rejeitada ou, quando menos, modificada substancialmente de
modo a mitigar o estrago que sua edição já provoca.
*José
Augusto Valente, consultor em Logística e Transporte, Diretor Executivo do
Portal T1 de Logística e Transporte. Samuel Gomes, advogado, membro da REI –
Rede de Especialistas Iberoamericanos em Infraestrutura e Transporte,
ex-presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A – Ferroeste. Artigo
publicado originalmente no Portal Agência T1.
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